MARIA EMÍLIA VACAS, UM TALENTO DE MULHER
Maria Emília
P. Vacas Petisca, nasceu em 19/09/1945, na Chamusca. Senhora de uma
personalidade irrequieta e voluntariosa e de uma mentalidade demasiado arejada
para a sua época, apenas com 13 anos já pisava os palcos. 52 anos depois, o
cansaço do tempo parece não se ter feito sentir nela. A motivação e o desejo de
representar continuam bem vivos e a sua jovialidade é uma evidência.
Mulher franca, desinibida e alegre é, sem qualquer
dúvida, um talento do teatro e da vida e um exemplo para todos, devido às
amizades que vai semeando em seu redor e à forma honesta e dedicada como se
disponibiliza para se relacionar com as pessoas e com o espectáculo.
Presentemente é também uma referência no programa
“Junta Anima”, dinamizado pela Junta de Freguesia de Chamusca, onde desenvolve
outros talentos, como a pintura, mas cultiva, sobretudo, o convívio e a
solidariedade.
Por todo o seu empenho e dedicação é uma das mulheres
mais populares da Vila de Chamusca e alguém de quem esta Terra se pode e deve
orgulhar.
Pela minha parte, só me resta levantar-me e
aplaudi-la, de pé, com todo o respeito, carinho e admiração.
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Tem a noção que é uma das pessoas mais
populares da Chamusca?
Nunca tinha pensado nisso. Será que é verdade?
Entende que isso se deve à sua
personalidade forte e descomplexada e à sua alegria contagiante?
Tento ser descomplexada e também alegre, porque
problemas e dias menos bons todos temos, por isso quando saio de casa tento
deixá-los lá bem fechados. O meu lema é andar sempre de cabeça erguida. Os
problemas são nossos, não temos que massacrar os outros, e muitas vezes o
sorriso ajuda a resolvê-los. Aconselho sempre isso aos meus amigos.
Foi essa atitude perante a vida que a
fez chegar tão cedo ao teatro amador?
Há 52 anos qualquer coisa que aparecesse para além do
trabalho e que nos permitisse sair de casa era bem-vinda. Entre essas coisas estavam
os bailes e o teatro. Naquele tempo não havia televisão e rádio poucos tinham.
Com que idade começou a fazer teatro e
de que forma se iniciou’?
Não comecei pelo teatro mas sim pelas marchas
populares em 1958, com 13 anos de idade. Seguiram-se os ensaios da peça “Os
Pimentas” com o senhor Eduardo Moreira, mas que nessa altura não subiu à cena.
Depois começaram os ensaios da revista “Na Cepa Torta”, pelo Grupo de Teatro do
Montepio União Chamusquense, escrita e ensaiada pelo grande dramaturgo
chamusquense João José Samouco da Fonseca, com músicas originais de António
Lourenço Arrenega. Revista que se manteve em cena nos anos de 1962 e 1963.
Seguiu-se “O Amor à Terra”, uma peça ensaiada pela poetisa Chamusquense D.
Maria Manuel Cid.
Depois casei, em 1966, e durante um período parei com
o teatro, com muita pena minha, mas era assim naquele tempo.
Contudo, fui sempre participando nos corsos
carnavalescos e ainda hoje gosto de me mascarar e de ir aos bailes, como
aconteceu este ano.
1962 - "Os Chamusquenhos" - Maria Emília Vacas e António José Lopes
Que actores e encenadores a
influenciaram mais no seu desenvolvimento como actriz?
Sem dúvida que o encenador que me marcou mais foi o
senhor João Fonseca, por quem ainda hoje tenho muito respeito e consideração,
pela maneira íntegra como sempre tratou os amadores. Sempre que começavam os
ensaios de uma peça nova tinha o cuidado de chamar a atenção que ali não havia
vedetas, não haviam grandes nem pequenos, éramos todos iguais. Políticas e
quezílias ficavam na rua e assim se foi formando um grupo unido e coeso. Ainda
hoje continuamos amigos e eu tenho orgulho de pertencer-lhe e de dizer: somos um
grupo de amigos que gostam de fazer teatro.
Fazem-nos falta amigos que já
partiram e nos deixaram muitas saudades, mas o maior é o nosso MANEL, Manuel da
Silva Santos.
Durante esses 52 anos de actividade
teatral que palcos e peças mais a marcaram?
Quanto a peças, a Revista “Na Cepa Torta” e agora mais
recentemente a evocação a Armando Imaginário.
Relativamente aos palcos, apesar de já ter pisado
alguns por este Ribatejo fora, o melhor é, sem dúvida, o nosso palco, o da
nossa Chamusca.
1962 - Apoteose da Revista "Na Cepa Torta"
20122 - Evocação a Armando Imaginário - Actores Raul Caldeira, Pedro Queimado e Maria Emília Vacas.
1962 - Apoteose da Revista "Na Cepa Torta"
20122 - Evocação a Armando Imaginário - Actores Raul Caldeira, Pedro Queimado e Maria Emília Vacas.
Pela qualidade que imprime às suas
representações alguma vez pensou tentar uma carreira profissional?
Não, de maneira nenhuma, faço teatro porque gosto e
também para ocupar o pouco tempo livre que tenho e arejar as ideias, porque se
é verdade que os novos aprendem com os velhos, nós os velhos também aprendemos
muito com os mais jovens.
1991 - "Os Chamusquenhos" - Maria Emília Vacas e António José Lopes
Actualmente faz parte do Grupo Cénico do
Grupo Dramático Musical (JNP). A última peça “O Pátio do Buraco” obteve muito
sucesso. Como vê o momento actual do teatro na Chamusca?
Vejo que vai num bom caminho. Além do grupo da velha
guarda, como costumamos dizer, com alguma juventude também incluída, temos
ainda um grupo de moços mais jovens com bastante potencial. O nosso director,
Carlos Petisca, que é um jovem, incentiva-nos bastante, apesar da diferença de
idades, e tudo isto nos abre o espírito e a mente.
2012 - Elenco do "Pátio do Buraco"
É possível fazer-se uma comparação entre
o passado e o presente do teatro Chamusquense?
Eu considero-me do passado. Estreei-me há 52 anos, mas
ontem como hoje ou amanhã hão-de haver sempre diferenças, embora quem esteja no
teatro por gosto, como eu, trabalhe sempre da mesma maneira. No trabalho, como
em tudo na vida, há sempre quem trabalhe com interesses e por interesses?
1991 - Reposição das
revistas “Na Cepa Torta” e “Salsifré”.
Esquerda
para a direita: Xavier, Manuel Silva Santos, Natércia, Lourenço Silva, Laura
Fonseca, Joaquim Caracol, Raul Caldeira, Manuel José Aranha, Francisco
Monteiro, Manuel Condeço, Maria Emília Vacas, Paulo Cirino, Laurinda Nazário,
João Paulo, Teresa Brás, Lídia Amaro, Pedro Salamanqueiro.
Acha que o seu exemplo motivou outras
mulheres da Chamusca para subirem a um palco?
Acho que não. Embora não saibam o que têm perdido.
Quantas vezes vamos para lá com frio, com dores (porque já estamos na idade do
“com dor”), mas em cima do palco esquece-se tudo isso e quando se ouvem os
risos e as palmas, então aí sim fica-se de alma cheia.
1993 – Revista “Sem Papas na Língua”, Quadro “A Bruxa” Maria Emília Vacas, Céu campos, Natéricia Lopes e Leonor Serrasqueiro.
1993 – Revista “Sem Papas na Língua”, Quadro “A Bruxa” Maria Emília Vacas, Céu campos, Natéricia Lopes e Leonor Serrasqueiro.
1991 – Revista “Aguarela Chamusquense” – Entre outros, Manuel da Silva
Santos, Laura Fonseca, Carla Faustino, Joana Emídio, Sofia Santos, Cláudia
Pinto, Cristina Serrasqueiro, Xavier, Manuel José Aranha, Joaquim Caracol e Maria Emília Vacas.
O que é que o teatro representa na sua
vida?
Os ensaios, umas horas bem passadas entre os amigos.
Os espectáculos, uma ânsia enorme de fazer sempre melhor e que os espectadores
dêem o seu dinheiro por bem empregue e desejem voltar no próximo espectáculo.
1991 - "Os Museus" - Maria Emília Vacas e Francisco Monteiro (Chico "Afaiate")
1991 - "Os Museus" - Maria Emília Vacas, Leonor Serrasqueiro, António José Mendes e Francisco Monteiro (Chico "Afaiate") e Céu Campos.
1991 - "Os Museus" - Maria Emília Vacas e Francisco Monteiro (Chico "Afaiate")
1991 - "Os Museus" - Maria Emília Vacas, Leonor Serrasqueiro, António José Mendes e Francisco Monteiro (Chico "Afaiate") e Céu Campos.
1995 - Elenco da Revista "Agora é que ela vai boa"
1991 – Quadro “O Tejo”, Maria Emília Vacas, Céu Campos,
Leonor Serrasqueiro, Lourenço Silva.
Seria capaz de viver sem o teatro?
Claro! Se a minha vida familiar não o permitisse não
faria teatro, embora com muita pena.
Primeiro está a família, mas com um filho músico e uma
mulher artista o marido teve que se acostumar (ele não vai mas também gosta).
Que mensagem final gostaria de deixar às
pessoas que nos lêem?
Decerto não é uma mensagem mas o meu lema de vida: não
faças aos outros o que não gostarias que te fizessem, desejando sempre aos
outros o dobro do que me desejarem e aos meus.
Gostaria também de desejar a todos as maiores
felicidades e que vão ao teatro.
Comentários veiculados através do facebook
João Godinho PALAVRAS PARA QUÊ,GRANDE MULHER COM UM M BASTANTE GRANDE,GRANDE CHAMUSQUENSE,GRANDE ARTISTA,GRANDE AMIGA,GRANDE EXEMPLO PARA TODOS NÓS,E MUITO MAIS UMA GRANDE SENHORA QUE EU TENHO O PRAZER DE CONHECER,RESPEITAR E ADMIRAR,BEM HAJA DONA MARIA EMILIA VACAS,POR SER QUEM É E COMO É PARA TODOS QUE A RODEIAM.UM BEIJO NO SEU CORAÇÃO.
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João Godinho PALAVRAS PARA QUÊ,GRANDE MULHER COM UM M BASTANTE GRANDE,GRANDE CHAMUSQUENSE,GRANDE ARTISTA,GRANDE AMIGA,GRANDE EXEMPLO PARA TODOS NÓS,E MUITO MAIS UMA GRANDE SENHORA QUE EU TENHO O PRAZER DE CONHECER,RESPEITAR E ADMIRAR,BEM HAJA DONA MARIA EMILIA VACAS,POR SER QUEM É E COMO É PARA TODOS QUE A RODEIAM.UM BEIJO NO SEU CORAÇÃO.
Luis Silva Quando eu nasci já a D. Maria Emilia Vacas fazia rir as pessoas com a sua boa disposição o meu muito obrigado por ser seu Amigo.
- Filomena Santos, Luis Melrinho e 31 outras pessoas gostam disto.
- Luis Petisca Muito bem, D Maria!há 9 horas através de telemóvel · Gosto · 1
- Francisco Simões Uma grande MULHER. Beijinho
- Francisco Antunes Boa entrevista!! Continue sempre assim. Bejs.
- Vitor Freitas Uma grande MULHER sem duvida, um coração do tamanho do mundo uma grande artista, faz parte da história da chamusca.há 7 horas · Gosto · 1
- Maria Emilia Vacas obrigado amigos isso são os vossos olhos
- Fátima Salvaterra Que continue a ser a grande mulher que tem sido Bjc.
- Dolores Santos gostei muito estas linda
- Jose Rufino Uma grande mulher, com uma maneira de ser e de estar perante a sociedade muito especial, a minha admiração perante tal, bjitos
- Lena Queimado Queimado estás toda giraça.........
- Susana Catarino Uma Mulher com M grande! Beijo grande Maria Emília.há 3 horas através de telemóvel · Gosto
- Conceição Neves estas muito jira beijinhos
- Maria Alzira Reis Pereira Esta muito bemEmilia...um beijo para si
- Ana Margarida Chora Sem duvida, além de ser uma grande Senhora, tem um talento enorme .....é uma atriz multifacetada. Tenho um orgulho enorme de poder trabalhar com ela.a sua boa disposição é contagiante e faz-me bem.., com ela já ri e já chorei.... faz parte da história do teatro chamusquense e ficará na história da chamusca., com toda a certeza...Que continue assim por muitos anos....
- Maria Fernanda Marques Santos GRANDE MULHER E GRANDE SER HUMANO.BEIJINHOS.
- Lina Parreira Tenho o grande prazer e privilégio de ter a melhor sogra do mundo!!!! Grande Mulher, Grande Exemplo e ...que GRANDE ORGULHO!!!! Beijinhoshá 10 minutos · Gosto
- Julio Hipolito PARABENS AMIGA POR MAIS ESTA DESMONSTRACAO RECONHECIDA PELO QUE TEM FEITO PELA CULTURA NA CHAMUSCA!!!
apesar de estar á 23 anos fora da Chamusca recordo-me bem desta SENHORA, o marido foi colega do meu pai, e eu estudei com o filho, bela homenagem...que o facam com os restantes "coracóes chamusquences"!! bjs á D. Emilia e ao Carlos, pelo Blog.
ResponderEliminarIsabel Gomes (Veloso)
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
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