Com o troféu de Campeão Olímpico de Standard, conquistado em 1993 na exposição mundial realizada nas Ilhas Canárias.
VÍTOR MANUEL SALGADO BOTAS, nasceu em 02/08/1937, na Vila da Chamusca.
Como
o próprio afirma, nasceu praticamente columbófilo. As suas primeiras
brincadeiras de infância foram feitas com penas de pombo e admirando as aves do pombal do avô.
Quando,
em 1950, se criou a Associação Columbófila da Chamusca, o jovem de 13 anos pôde
então começar a demonstrar todo o seu gosto pelos pombos, com a sua presença
constante na barbearia, que servia de sede, onde se reuniam os columbófilos da Vila.
Com
os ovos e os pombos que os outros não queriam, começou aos 14 anos a criar pombos. Em 1954, aos 17 anos, ganhou quatro provas na categoria desportiva (sport), tendo igualmente um pombo que recebeu o prémio de melhor voador da campanha.
As
suas capacidades columbófilas começaram progressivamente a definir-se com as vitórias que foi obtendo,
só interrompidas pelo serviço militar obrigatório.
Quando
regressou, em 1960, trazia a ideia fixa de criar apenas pombos azuis listrados.
Espécie que foi desenvolvendo e apurando e com a qual, contra todos os
prognósticos e opiniões, se tornaria campeão em inúmeras provas de velocidade,
meio-fundo e fundo na Associação Columbófila da Chamusca, na Associação
Columbófila de Almeirim, onde voou três anos, e igualmente a nível distrital.
Foi
campeão geral em praticamente todos os anos em que competiu, tornando-se uma
enorme referência da Columbofilia desportiva, mantendo até hoje 3 recordes que
parecem imbatíveis: na Associação Columbófila de Almeirim enviou 30 pombos para
uma prova, tendo conseguido classificá-los a todos; a nível distrital conseguiu
o feito de ter conquistado os três primeiros lugares numa prova de meio-fundo;
detém desde 1972, no Clube Columbófilo da Chamusca, o melhor tempo e recorde da prova de Valência del
Cid.
Os
seus métodos de treino em muito contribuíram para estes êxitos. O voar “à
viuvez”, que consistia em separar machos e fémeas, para lhes acicatar o desejo
de estarem juntos, mostrou-se fundamental no seu trajecto vitorioso.
A
sua ligação aos pombos era tão forte, que bastava um simples bater de asas, a
silhueta de um pombo no céu para logo o identificar. Pôr-se de pé junto do
pombal era o suficiente para os seus pombos, que andavam a voar, regressarem
aos cacifos sem ser necessário o uso do apito.
Esta
simbiose entre o homem e o pombo tornou-se ainda mais evidente e gloriosa,
quando Vítor Botas aderiu à categoria de standard,
que consiste na exposição dos pombos, que são avaliados pela sua elegância,
plumagem, ossatura e equilíbrio.
Através
do cruzamento de várias espécies conseguiu criar pombos que lhe deram uma dimensão
extraordinária, ao ser Campeão Nacional durante 18 anos, ter obtido por várias
vezes o título de Campeão Ibérico e a coroa extraordinária de rei do standard
mundial, ao ser Campeão Olímpico em 1993,
nas Ilhas Canárias, ente milhares de participantes.
Antes
da fabulosa vitória olímpica, já a Revista Columbofilia, em 1984, o considerava
o melhor columbófilo português de todos os tempos na categoria standard e também
o belga Jules Dehautschutter, no livro “O Caminho do Êxito”, publicado na
Bélgica e traduzido para muitos outros países, entre eles Portugal, o incluía
entre os grandes columbófilos mundiais.
Esta
sua envolvência com os pombos estendeu-se igualmente à Direcção Associativa,
tendo sido Director do Clube Columbófilo da Chamusca, da União Columbófila de Almeirim e
Director Técnico da Associação Columbófila do Distrito de Santarém.
Por
toda esta sua dedicação, empenho e trajecto de sucesso em Portugal e a nível
mundial, seria agraciado pela Federação Portuguesa de Columbofilia com a
medalha de prata, a medalha dourada e os diplomas de louvor respectivos, “pelos
serviços relevantes prestados à Columbofilia.”
No
ano de 2000, infelizmente, por razões que se prendem com a sua vida
profissional, viu-se obrigado a abandonar a columbofilia e a vender os seus
pombos, terminando assim uma carreira extraordinária.
Contudo,
todo o seu longo percurso de dedicação, colaboração e de êxitos retumbantes é
inapagável e colocam-no e elevam-o ao pódio da columbofilia Portuguesa e
Mundial, à história da qual ficará ligado para sempre.
Este
é, pois, o bater de asas inesquecível de um grande CAMPEÃO!
&&&&&
Como é que nasceu a sua
paixão pela columbofilia?
Costumo dizer que nasci
praticamente columbófilo. O meu pai faleceu de tuberculose tinha eu 18 meses. Fui criado pela minha mãe e
também pelos meus avós que tinham alguns pombos. As brincadeiras da minha
infância eram feitas a correr, com duas penas grandes uma em cada mão, a
imaginar que voava e à volta de um cacifo com um casal de pombos.
Mais tarde, em 1950, o
António Ai, o José Palmeta e o Augusto Ferreira Lourenço, formaram a Associação Columbófila da Chamusca. Não
havia sede e as reuniões faziam-se na barbearia do António Ai, onde eu também
aparecia frequentemente. Nessa altura, com apenas 13 anos, não tinha qualquer
pombo, mas já mostrava muito interesse pela columbofilia. Devido a isso o José
Araújo deu-me uma fémea e o Gaspar Almeida e Silva dois ovos. Um ovo viria a
partir-se mas do outro nasceria um pombo vermelho.
E foi assim que em 1954, aos
17 anos, com alguns pombos filhos daquele casal, fui vencedor de quatro provas realizadas
pela Associação da Chamusca e obtive o prémio de melhor voador da campanha, com um pombo vermelho nascido daquela reprodução.
Perante estes resultados comecei logo a aperceber-me que, para além do
gosto, tinha muito jeito para os pombos. Por isso fui arranjando outros e
vencendo cada vez mais provas.
Começou aí o voo imparável do campeão?
Não, porque em 1958 tive
que ir para o serviço militar mantendo apenas no meu pombal dois casais de
pombos azuis.
Só ao terminar a tropa,
em 1960, voltei novamente a ligar-me aos pombos, trazendo uma ideia fixa de começar
a criar somente pombos azuis listrados. Apesar de todos me dizerem que era muito
difícil conseguir só ter pombos dessa cor e obter bons resultados, tal viria a
constatar-se não ser verdade, pois comecei aí a minha carreia de campeão geral de
sport na Chamusca. Título apurado
através do somatório dos pontos obtidos pelas classificações dos pombos nas
provas de velocidade, meio-fundo e fundo.
Como é que se obtinha a classificação dos pombos que participavam nessas
provas?
No início não existiam
máquinas para registar as anilhas dos pombos quando estes chegavam das provas.
Por isso quando cada um chegava, corria-se para casa do Gaspar Almeida e Silva,
que tinha lá uma base em madeira com um prego e o primeiro que enfiasse a
anilha nesse prego é que ganhava. Não haviam coordenadas, descontava-se apenas
11 segundos por cada 100 metros de distância da casa do Gaspar, tempo só mesmo
ao alcance de grandes atletas do atletismo, o que fazia com que ganhassem quase
sempre aqueles que tinham os pombais mais perto.
Isto acabou, quando mais
tarde se compraram duas máquinas para registar as anilhas. Contudo não posso
deixar de recordar com grande saudade aqueles domingos, com a agitação de tanta
gente a correr pelas ruas da Vila, dando vida e alegria à Terra.
Actualmente é mais fácil
e correcto registar o tempo feito pelos pombos nas provas, não molestando as
próprias aves. Porque enquanto nós tínhamos que os agarrar para lhes tirar as
anilhas e registá-las nas máquinas, hoje os pombos têm um chip na anilha e
entram directos e soltos no pombal, porque são registados à entrada pelos
sensores existentes nos pombais.
Pode precisar os principais títulos que conquistou com os seus voadores
nas diversas provas sport?
Por épocas é mais fácil
fazê-lo. Na Chamusca, de 1960 a 1964 fui campeão geral. De 1964 a 1966 houve
uma interrupção na actividade na Chamusca, com o fim da Associação Columbófila,
que viria a ser activada ainda em 1966 pelo Traquínio Castelão e pelo Vitorino
Tanoeiro. Depois voltei novamente desde 1967 a 1881 a ser o campeão geral na
Chamusca.
De 1982 a 1984 fui voar
para a Associação Columbófila de Almeirim, onde fui campeão durante essas 3
épocas. Ali ainda mantenho o recorde de ter enviado 30 pombos para uma prova e
tê-los classificados a todos.
Em 1985 regressei à
Associação Columbófila da Chamusca onde fui campeão geral até ao ano de 2000,
quando abandonei a columbofilia.
Obtive também muitas
vitórias a nível distrital. O maior destaque foi o de ter obtido os três
primeiros lugares numa mesma prova de meio-fundo.
Em 1972 tive um pombo que
ganhou a prova de Valência Del Cid e que fez um recorde que se mantém imbatível, na Chamusca, até hoje.
Gostaria de referir o
facto, que para mim é um título, de ter tido um pombo que, em apenas 3 anos, voou 17 vezes ao
fundo (provas com mais de 500 Kms), tendo-se classificado sempre.
Recebendo o troféu por mais uma vitória.
Tinha algum método especial de treino, ou de outra natureza, para os seus
pombos obterem tão bons resultados?
Até 1964 fui treinando
voando ao natural. Os machos e as fémeas viviam juntos no mesmo pombal. Mas o
Pé-de-Figueira “velho” tinha lido um livro de Leão Maia e começou a seguir as
suas instruções para praticar outro tipo de treino que era “a viuvez”.
Este método consiste em separar os machos das fémeas, não só durante os treinos
mas também durante as provas, só na chegada voltando a ficar juntos no cacifo.
Isto obrigava os pombos a voar com mais intensidade e a chegar dos concursos
mais rapidamente, por causa do sexo.
O Pé-de-Figueira não
obteve grandes resultados, mas quando eu implantei este método, em 1964, tendo
apenas 11 pombos, consegui ganhar 11 primeiros prémios.
Durante muito tempo
também voei com as fémeas à viuvez. Só que se chegava a meio da campanha e elas
acabavam por se acasalar com outras, perdendo o interesse pelos machos e já não
regressando das provas para os primeiros lugares.
Mas eu tinha também o meu
próprio método de treino para recuperar os pombos depois dos concursos. De manhã punha-os a voar 10 ou 20 minutos. De
tarde, por volta das 17:30, deixava-os esvoaçar uma hora em liberdade. Os que
não aguentavam regressavam ao pombal, directos ao cacifo, os outros iam ficando
no ar.
Na quarta-feira já
estavam todos recuperados do esforço da prova anterior e assim podiam sair
todos os domingos na máxima força.
Grande parte desses prémios obteve-os como membro do Clube Columbofilo da
Chamusca. Era um Núcleo importante?
Nós tínhamos muitos
associados, o que levou a um grande envolvimento das pessoas da Chamusca na
columbofilia. Tivemos muita gente com mérito que ganhou várias provas a nível
distrital. Levando, inclusivamente, a
Associação da Chamusca a ser algumas vezes campeã distrital de fundo.
Para além disso havia um
excelente ambiente e muita amizade, mantendo-se dessa forma uma vida
associativa muito importante para o desenvolvimento social da Chamusca.
Fico contente por ter
contribuído também como Director, durante vários anos, para que se mantivesse a
actividade nesse Clube.
Algumas fotos relativas a actividades do Clube Columbófilo da Chamusca
Algumas fotos relativas a actividades do Clube Columbófilo da Chamusca
Usando da palavra, ladeado à direita por Custódio Aranha uma das maiores referência do Associativismo na Chamusca.
Com outros membros da Direcção, por detrás da bancada de prémios para serem atribuídos numa época desportiva.
Com o filho Bruno depois de uma entrega de prémios. As mãos carregadas de troféus.
Recebendo um troféu, entregue pelo Presidente da Câmara Municipal da Chamusca Sérgio Carrinho. Mais à direita da foto encontra-se Vitorino Tanoeiro, um dos homens que foi responsável pelo reinício da actividade do Clube Columbófilo da Chamusca.
Para além desse cargo na Chamusca, teve mais algum a nível directivo?
Fui igualmente Director
durante o período em que permaneci na Associação Columbófila de Almeirim e pertenci
ao Conselho Técnico da Associação Columbófila do Distrito de Santarém.
Mesmo com tanta envolvência, ainda teve asas para um novo desafio. Como é
que se deu a sua entrada gloriosa no standard?
Quando o Arménio Esteves
publicou no Mundo Columbófilo, uma revista nacional sobre pombos correios, o
regulamento sobre pombos standard,
uma espécie de concurso de beleza onde os pombos eram pontuados pela sua
elegância, ossatura, asas, plumagem e equilíbrio, dei uma volta pelos meus pombos
e vi lá um que pareceu reunir essas condições. Houve uma exposição em Torres
Novas e levei esse pombo. O curioso é que me deixaram pagar a inscrição, que custou 10 escudos, e no
final apesar da ganhar o 1.º prémio não mo deram, dizendo que não o podia receber
devido a não pertencer àquela Associação.
Essa peripécia não me
desanimou e ainda nesse ano acabei por ser campeão distrital standard com o mesmo pombo.
Mais tarde, num leilão de
borrachos nos Riachos, comprei uma fémea para acasalar com aquele pombo e foi
daí que nasceu a minha criação de pombos de standard.
Como é que fez dos seus pombos campeões de standard?
Isso aconteceu sobretudo
através do cruzamento de espécies.
Quando comecei os romenos
ganhavam as olimpíadas todas, porque tinham um tipo de pombos que não existiam
em Portugal. Como os romenos tinham dificuldades nas máquinas registadoras de
anilhas, o Presidente da Federação Portuguesa de Columbofilia, Júlio Jarego da
Fonseca, conseguiu fornecer-lhas com uma contrapartida, que envolveu a vinda de
alguns pombos deles para Portugal e que foram leiloados em Lisboa. Eu comprei
uma fémea que introduzi entre os meus pombos e que melhorou a minha qualidade
para o standard.
Mas a coisa não ficou por
aqui, porque mais tarde o Júlio Jarego da Fonseca importou pombos do Dourdin, de
França, que eram aves extraordinárias. Quando ele os vendeu em leilão, eu
comprei um macho que foi acasalado com a pomba romena e que melhorou o sentido
do standard. Mais tarde viria também a obter melhorias a nível da cor com a
inclusão entre os meus pombos de uma pomba Strasser, que tinha vindo da Ilha da
Madeira, de cuja reprodução saiu um macho que foi campeão nacional de standard
em todas as suas 4 participações.
Os seus resultados foram extraordinários, em Portugal, na Península
Ibérica e no mundo!?
Alcancei grandes
resultados. No livro “O Caminho do Êxito”, escrito pelo belga Jules
Dehantschutter, sou referenciado como um dos grandes columbófilos mundiais e na
foto ali publicada, à direita surge o macho com o qual fui, simultaneamente,
campeão nacional de standard, campeão nacional de velocidade e de meio-fundo.
Este macho representou ainda Portugal nas Olímpiadas de Tóquio em 1980,
exposição que teve a particularidade extraordinária dos 10 pombos que
representaram Portugal naquele Certame, 6 serem meus.
Na página 225 a relevância dada a Vítor Salgado Botas e aos seus pombos.
Mas, sem qualquer dúvida,
a maior relevância foi ter sido durante 18 anos Campeão Nacional de standard. Campeão Ibérico por várias
vezes e ter obtido o título de Campeão Olímpico
em 1993, na exposição mundial realizada nas Ilhas Canárias, entre milhares
de concorrentes.
Imagem da pomba que ganhou o título olímpico.
Contudo, nesse mesmo ano
pus termo ao standard. Os pombos para
poderem participar tinham que ter feito nos dois anos antecedentes 2.000 quilómetros
de voo em provas, o que causava estragos e defeitos nas penas. Então começaram
a aparecer sujeitos que matavam os pombos e lhes tiravam as anilhas para as
enfiar em borrachos e assim enganarem e falsificarem os resultados, dado não
haver forma de identificar os pombos a não ser pelas suas anilhas. Eu não
queria fazer o mesmo, nem alinhar com essa batota, por isso abandonei as provas
standard.
Mais um troféu para a sua preenchida galeria. No centro da fotografia, à direita, está o antigo Presidente da Federação Portuguesa de Columbofilia, Gaspar Vila Nova.
Mais um troféu para a sua preenchida galeria. No centro da fotografia, à direita, está o antigo Presidente da Federação Portuguesa de Columbofilia, Gaspar Vila Nova.
Tantas vitórias e recordes foram fruto de algum segredo?
Os outros deram-me os
ovos e os pombos que não queriam e foi com eles que comecei a minha vida na
columbofilia e a ganhar. Por isso penso que foi o facto de ter nascido com uma
sensibilidade especial para os pombos que me levou a ter tanto êxito e a obter
tantos prémios e vitórias.
Eu entendia a linguagem
dos pombos pelo voar, pelo bater das asas. Só pela maneira de se manifestarem
já sabia de antemão que iam vencer as provas.
Sentava-me num banco
dentro do pombal, onde tinha 20 viúvos e,
sem olhar, só de sentir o seu bater de asas no voar para o chão e para o cacifo,
sabia de que pombo se tratava.
Quando um dos meus pombos
surgia no ar eu identificava-o logo.
Tinha uma grande memória
visual para os pombos. No meio de mil era capaz de identificar um que me tivesse passado pela vista.
A nossa ligação era tão
forte e os pombos estavam tão educados, que quando eles andavam a voar bastava
pôr-me de pé, junto ao pombal, para eles descerem do céu e entrarem para os cacifos sem ser necessário
qualquer apito.
Apreciando o seu famoso "Clarito" vencedor de uma exposição nacional no Porto.
Perante tanto sucesso e sensibilidade em relação aos pombos, quais foram
as razões que o levaram a abandonar a columbofilia?
Como a minha profissão de
sempre foi a de agricultor e vivia de uma exploração vitivinícola, em 2000, com
a falência da Adega Cooperativa da Chamusca, que me ficou a dever 2.000 contos,
vi-me obrigado a fazer um leilão de pombos em Coruche para salvaguardar a minha
vida e que, curiosamente, me rendeu 2.000 contos. Nesse dia foi o desfazer dos
pombais, de toda uma vida de dedicação aos pombos e à columbofilia para salvar
a economia da minha casa.
Isso significa que apesar de tantos êxitos não ganhou muito dinheiro?
Os prémios foram
sobretudo troféus, medalhas e taças. Gastei muito dinheiro com os pombos. Na
sua alimentação, na compra de vitaminas e na sua inscrição nas provas. Só recuperei
e ganhei dinheiro com a venda dos pombos que fui fazendo a nível nacional. O
sangue dos meus pombos está por todo o país e deu origem a muitos campeões.
Um olhar sobre uma parte da sua sala de troféus.
O que é que sentiu ao deixar para trás 50 anos da sua vida?
Nunca
pensei que ia conseguir viver sem os pombos, mas hoje apaguei completamente a
ideia sobre eles. Só não me consigo livrar deles quando durmo, porque muitas
vezes ainda sonho com eles.
O que é que os pombos e
a columbofilia significaram para si?
Significaram muito. A
primeira coisa que fazia quando me levantava era limpar os pombais e pôr os
pombos a voar. Só depois tomava o pequeno-almoço. Limpava 5 pombais, três vezes
ao dia. Só quando não estava presente ao almoço, porque almoçava no campo onde
trabalhava, é que a minha mulher tinha o trabalho de os limpar. Prejudiquei
muito a minha vida porque não entregava os pombos a ninguém e não saía
praticamente da Chamusca. Sacrifiquei muito a minha mulher e também o meu
filho.
Mas os pombos e a
columbofilia trouxeram-me também grandes amizades com pessoas de todas as
classes sociais. Recordo aqui com especial apreço o Dr. Tereso que é
actualmente o Presidente da Federação Portuguesa de Columbofilia e um médico de
grande craveira e também o anterior Presidente daquela Federação, Gaspar Vila Nova.
Permitiram-me conhecer o
país inteiro e também as Ilhas Baleares, nas minhas deslocações para participar
nas provas standard.
Para além do
reconhecimento pela minha dedicação, por parte dos amigos e columbófilos em
geral, destacando-se a própria Federação Federação Portuguesa de Columbofilia
que me distinguiu com a medalha de prata e, num jantar de homenagem realizado em Mira, me atribuiu a medalha dourada e respectivo diploma, “pelos serviços relevantes
prestados à columbofilia”.
12/01/1985 - Recebendo das mãos do Presidente da Câmara Municipal da Chamusca, Sérgio Carrinho, a medalha atribuída pela Autarquia como reconhecimento pela sua intervenção sócio-cultural e desportiva.
Medalha dourada que lhe foi atribuída pela Federação Portuguesa de Columbofilia.
Quer deixar alguma mensagem final?
Queria deixar um grande
agradecimento ao José Carlos Malaquias, porque nas viagens que fiz para as
exposições foi sempre ele quem fez o meu transporte e o dos pombos.
Gostaria de dedicar este trabalho a todos os que fizeram da sua vida um caminho de dedicação ao Associativismo. O progresso e o desenvolvimento de qualquer Terra dependem muito deste movimento de integração social.
Dedicação extensível ao AMIGO de todos os dias e que tem colaborado comigo no decurso destes trabalhos: JOÃO JOSÉ BENTO.
Mais uma vez, em especial à minha MULHER. Porque desde sempre me tem incentivado e apoiado na divulgação dos Valores da Chamusca, que embora não seja a sua Terra a recebeu com muito carinho.
Gostaria de dedicar este trabalho a todos os que fizeram da sua vida um caminho de dedicação ao Associativismo. O progresso e o desenvolvimento de qualquer Terra dependem muito deste movimento de integração social.
Dedicação extensível ao AMIGO de todos os dias e que tem colaborado comigo no decurso destes trabalhos: JOÃO JOSÉ BENTO.
Mais uma vez, em especial à minha MULHER. Porque desde sempre me tem incentivado e apoiado na divulgação dos Valores da Chamusca, que embora não seja a sua Terra a recebeu com muito carinho.
Comentários no facebook e no blogue:
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Parabéns ao homenageado e a quem fez a homenagem. Parabéns, também, a quem tem memória.
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sem duvida um grande campeao .ainda tive o prazer de concorrer com o vitor nos anos 80 e onde foi canpeao da classe jovens .
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Um grande Senhor... Saudades das historias que me contava quando eu era miudinho e os conselhos que me dava em relação aos pombos que serviram para o alcance de alguns troféus. Saudades desses tempos...
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foi uma grande referencia da columbofilia nacional,desejo que se encontre ainda bem de saude,o meu obrigado pelo que fez de muito bom na columbofilia
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Gosta de ter pombos um casal de pombos das linhas que ele antigamente cultivava...
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Famoso Salgado Botas, eu tive por intermedio de um velhote de Muge eram dos pombos do ´Zé Maria da Siva
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J Ferreira Ferreira comentou a tua publicação no grupo Columbofilia.
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É isto que fazia falta na CHAMUSCA, alguém que mostre a toda a comunidade os feitos e mérito de grandes Chamusquenses que não são conhecidos da generalidade das pessoas, mas somente de uma minoria, este é mais um grande exemplo do que afirmo pois o Vitor Botas é um mais um caso de grande mérito, por isso PARABÉNS ao Vitor Botas e um agradecimento muito especial a quem está a fazer este e outros trabalhos sobre figuras da nossa Terra, e também pela forma que o está a fazer, que já caíu em desuso nestes tempos.......desinteressada e apaixonada, OBRIGADO CARLOS.
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Vitor Salgado Botas, um homem com quem tive o previlégio de contatar no Clube Columbófilo de Chamusca e que levou o nome da Chamusca por este nosso País e além fronteiras, ainda hoje o nome dele é recordado pelos columbófilos deste País. Já tive em vários pontos do País por causa da Columbófilia e quando digo que sou da Chamusca, perguntam-me logo se conheço o Vitor Botas. O Vitor Salgado, como é conhecido na Chamusca, vai sempre ficar ligado a este desporto e será sempre recordado pelos feitos que conseguiu. Deixo aqui uma palavra aos mais jovens, pratiquem a Columbófilia, um dos desportos mais lindos que se podem praticar, apareçam na sede do Clube Columbófilo e apreciem os feitos que os nossos pombos fazem, Na Guerra Mundial o pombo era considerado um Soldado fardado com penas, salvaram muitas vidas, pois Eles eram um meio de comunicação utilizado na altura. A conversa já vai longa, resta-me dar um abraço ao Vitor Salgado e claro, ao Carlos por mais um excelente trabalho, continua em frente é algo que fica, para mais tarde recordar. Bem Hajam!
Eduardo Martinho deixou um novo comentário na sua mensagem "VÍTOR BOTAS, AS ASAS DE UM CAMPEÃO":
Acabei de ler o trabalho sobre o Vítor Salgado, que muito apreciei. A leitura trouxe-me à memória muitos nomes e lugares que me eram familiares na minha juventude. Fomos contemporâneos de tenra idade na Chamusca, vivíamos relativamente perto um do outro, ele em casa do avô e eu ao lado do seu tio Manuel Salgado. Sabia que o seu amor pelos pombos o tinha transformado num distinto columbófilo (até pelo que li na Chamusca Ilustrada em meados da década de 1970), mas não fazia ideia de que tinha atingido um patamar tão elevado. Não há dúvida: um Homem pode honrar a sua Terra de muitas maneiras. Parabéns!
João Bento deixou um novo comentário na sua mensagem "VÍTOR BOTAS, AS ASAS DE UM CAMPEÃO":
Vitor Salgado, como sempre o tratei é sem dúvida alguma uma referência mundial da columbófilia. Nasceu com a sensibilidade e a inteligência dos dos grandes campeões, aceitou desafios que outros julgavam ser impossível conquistar. Vitor Botas, levou o seu nome e o nome da Chamusca pelo país inteiro e pelo mundo fora, sendo destacado pelo melhor comentador, analista, especialista e escritor na área da columbofilia na sua publicação "O Caminho do Êxito, Apesar de todos estes seus triunfos, continua a ser um homem simples na senda dos grandes campeões olímpicos.
Eduardo Martinho deixou um novo comentário na sua mensagem "VÍTOR BOTAS, AS ASAS DE UM CAMPEÃO":
Acabei de ler o trabalho sobre o Vítor Salgado, que muito apreciei. A leitura trouxe-me à memória muitos nomes e lugares que me eram familiares na minha juventude. Fomos contemporâneos de tenra idade na Chamusca, vivíamos relativamente perto um do outro, ele em casa do avô e eu ao lado do seu tio Manuel Salgado. Sabia que o seu amor pelos pombos o tinha transformado num distinto columbófilo (até pelo que li na Chamusca Ilustrada em meados da década de 1970), mas não fazia ideia de que tinha atingido um patamar tão elevado. Não há dúvida: um Homem pode honrar a sua Terra de muitas maneiras. Parabéns!
João Bento deixou um novo comentário na sua mensagem "VÍTOR BOTAS, AS ASAS DE UM CAMPEÃO":
Vitor Salgado, como sempre o tratei é sem dúvida alguma uma referência mundial da columbófilia. Nasceu com a sensibilidade e a inteligência dos dos grandes campeões, aceitou desafios que outros julgavam ser impossível conquistar. Vitor Botas, levou o seu nome e o nome da Chamusca pelo país inteiro e pelo mundo fora, sendo destacado pelo melhor comentador, analista, especialista e escritor na área da columbofilia na sua publicação "O Caminho do Êxito, Apesar de todos estes seus triunfos, continua a ser um homem simples na senda dos grandes campeões olímpicos.
Vitor Salgado Botas, um homem com quem tive o previlégio de contatar no Clube Columbófilo de Chamusca e que levou o nome da Chamusca por este nosso País e além fronteiras, ainda hoje o nome dele é recordado pelos columbófilos deste País. Já tive em vários pontos do País por causa da Columbófilia e quando digo que sou da Chamusca, perguntam-me logo se conheço o Vitor Botas. O Vitor Salgado, como é conhecido na Chamusca, vai sempre ficar ligado a este desporto e será sempre recordado pelos feitos que conseguiu. Deixo aqui uma palavra aos mais jovens, pratiquem a Columbófilia, um dos desportos mais lindos que se podem praticar, apareçam na sede do Clube Columbófilo e apreciem os feitos que os nossos pombos fazem, Na Guerra Mundial o pombo era considerado um Soldado fardado com penas, salvaram muitas vidas, pois Eles eram um meio de comunicação utilizado na altura. A conversa já vai longa, resta-me dar um abraço ao Vitor Salgado e claro, ao Carlos por mais um excelente trabalho, continua em frente é algo que fica, para mais tarde recordar. Bem Hajam!
ResponderEliminarAcabei de ler o trabalho sobre o Vítor Salgado, que muito apreciei. A leitura trouxe-me à memória muitos nomes e lugares que me eram familiares na minha juventude. Fomos contemporâneos de tenra idade na Chamusca, vivíamos relativamente perto um do outro, ele em casa do avô e eu ao lado do seu tio Manuel Salgado. Sabia que o seu amor pelos pombos o tinha transformado num distinto columbófilo (até pelo que li na Chamusca Ilustrada em meados da década de 1970), mas não fazia ideia de que tinha atingido um patamar tão elevado. Não há dúvida: um Homem pode honrar a sua Terra de muitas maneiras. Parabéns!
ResponderEliminarVitor Salgado, como sempre o tratei é sem dúvida alguma uma referência mundial da columbófilia. Nasceu com a sensibilidade e a inteligência dos dos grandes campeões, aceitou desafios que outros julgavam ser impossível conquistar. Vitor Botas, levou o seu nome e o nome da Chamusca pelo país inteiro e pelo mundo fora, sendo destacado pelo melhor comentador, analista, especialista e escritor na área da columbofilia na sua publicação "O Caminho do Êxito, Apesar de todos estes seus triunfos, continua a ser um homem simples na senda dos grandes campeões olímpicos.
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